Entrevista Engº Adolfo Silva - Brose Portugal

No final de 2016 a Team Work e a Brose iniciaram um projeto de consultoria comportamental designado “Treinador na Empresa”, que contempla ações de Treino de Liderança e Acompanhamento on job das Equipas de Direção e Supervisores de Produção. Nesse âmbito, tivemos a possibilidade de entrevistar o Eng.º Adolfo Silva, Diretor Geral da Unidade e igualmente Diretor da AFIA.

1. Quando assumiu as atuais funções na empresa, enfrentou um processo de mudança. Qual foi a reação das pessoas?
AS: quando iniciei o meu trabalho na Brose, princípio de 2011, a equipa estava ainda a sofrer as consequências de uma experiência verdadeiramente traumática: lançamento em produção de um produto insuficientemente desenvolvido, tendo como resultado prático inúmeras dificuldades para o normal fornecimento das linhas de montagem dos clientes que eram servidos por esse produto. Só com um esforço fora do normal de superação é que a equipa foi capaz de manter os fornecimentos aos clientes. Esse esforço foi notável, mas também foi obliterador de qualquer disponibilidade mental para enfrentar qualquer tipo de mudança que eu pudesse ser portador. Esta situação concreta determinou que numa fase inicial, que durou cerca de um ano, tivesse sido eu que tenha feito um grande esforço para controlar o meu ímpeto de mudança, procurando sarar as feridas da experiência traumática que acabava de ser vivida. A partir de aí houve um processo de progressiva mudança, lento porque as pessoas tinham que alterar radicalmente o seu modus faciendi, culturalmente difícil porque implicava sair da sua zona de conforto e ter de acreditar que havia outras formas de se puderem realizar as múltiplas atividades que o dia a dia de uma operação requer. A combinação de novos negócios ganhos, que se traduziam em garantia de futuro, com um período de formação escolar para preencher lacunas existentes, tudo isto temperado com muita resiliência e determinação de propósito, permitiu-nos vir a construir uma visão aglutinadora de esforços e que permitiu transformar a empresa numa das empresas mais competitivas do grupo.

2. Quais foram as razões para a empresa avançar para a formação comportamental com a Teamwork?
AS: A nossa visão, entre outros aspetos, apontava para estrutura “lean”, ou seja, uma estrutura de custos fixos muito controlada, indutora de uma estrutura humana reduzida em número. É de livro que uma das fontes geradoras de conflito numa organização é competição por recursos escassos. Por desenho estávamos a potenciar este tipo de conflitos que precisam de ser geridos e contidos. Foi com esta finalidade que solicitamos a colaboração da Teamwork.

3. Que resultados estão a obter?
AS: Em ambiente de permanente pressão e grande competição, quer com empresas do grupo, quer com empresas externas, somos uma organização que vai crescendo e melhorando continuamente. Continuamos a crescer vendas e produção e, conforme referido, somos uma das empresas do grupo mais competitivas, estando no top 3 entre as 42 fábricas do grupo. Este tipo de resultados só podem ser conseguidos pelas pessoas e pela forma como interagem como equipa para a concretização de objetivos comuns. Isto também é fruto do trabalho que a Teamwork desenvolveu na organização.

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