Fala-se hoje, (muito!), em Angola, de formação e treino técnico e comportamental. Mas permitam-me que afirme que nem sempre se entende bem do que estamos a falar.
Razão porque a TWCA tem procurado dar o exemplo que a realidade angolana exige.
Defendendo um conjunto de regras e princípios de intervenção no mundo empresarial, começando desde logo por afirmar que a formação e o treino não são bons em si mesmos, pois dependem do modo como são levados a cabo e de quem por eles se responsabiliza.
Mais do que invocar o seu estatuto de autoridade académica ou experiência profissional, consultores e treinadores necessitam de ser capazes de levar aqueles a quem se dirigem a reconhecer essa autoridade. Criando ambientes de trabalho onde a competência seja reconhecida e incentivada, exista confiança e respeito mútuos, os mais preparados cuidem dos menos preparados, as tradições e os valores coletivos sejam devidamente respeitados, a inovação e a criatividade não sejam apenas palavras e o sucesso de uns seja o sucesso de todos.
Tudo isto com base numa confiança baseada no reconhecimento da competência de quem ensina e treina, não só no que respeita à sua formação académica ou experiência técnica, mas também valorizando o suficiente a Área Comportamental.
E atenção, não basta saber!
É fundamental saber transmitir, ensinar, formar, aconselhar, informar. Envolvendo tudo e todos no processo de aprendizagem e estando sempre atento aos sinais presentes na realidade que nos rodeia que permitam corrigir eventuais erros entretanto cometidos.
Incentivando a reflexão sobre o erro e, principalmente, nunca permitindo que se instale o medo de errar.
Outra das questões muito sensíveis para quem forma e treina é a da ansiedade que, por vezes, conduz formadores e treinadores a quererem acelerar o processo de treino e formação, com prejuízo evidente para o processo de aprendizagem. Quem forma e treina necessita de ser paciente e, principalmente, tem de reconhecer a importância de receber apoio e aconselhamento (coaching ao coach).
Para quem forma e treina, deve em certos momentos, importar mais o modo como transmite do que aquilo que pretende transmitir (comunicação com impacto). Sendo muito importante a relação a estabelecer com os formandos e o estilo de comunicação que utiliza.
Por fim e como tantas vezes o afirmamos, é decisivo não esquecer que se “Joga como se treina”! O que implica portanto que se “Treine como se joga”! E que “quem joga são os jogadores e não os treinadores”!
Verdades cuja aplicação está sempre presente no nosso processo formativo. Se, por um lado, treinamos atitudes e comportamentos de modo competitivo e pressionante, pelo outro, respeitamos sempre o princípio básico da formação e do treino, que nos diz que a sua respetiva qualidade depende, acima de tudo, do modo responsável e participativo com que os formandos aderem às atividades que lhes são propostas.
E aqui, a nossa mensagem principal!
É a atitude positiva dos formandos angolanos que fará no futuro a diferença na generalidade das empresas nacionais.
E tal comportamento futuro só se conseguirá alcançar quando nos preocuparmos (todos!) com eles e os envolvermos e responsabilizarmos (quanto baste!).